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sexta-feira, 31 de maio de 2013

O Toque


Maria Rita, sempre distraída, estressada, era professora, chegava para sua terceira jornada do dia à escola onde sempre trabalhava e cujos alunos conhecia bem.

Maria Rita também era conhecida lá. Desatenta, estava sempre perguntando aos colegas sobre algo que perdera – o livro, a bolsa, os óculos na cara...

Naquela noite, como de costume, após cumprimentar os alunos na sala, foi ao banheiro retocar o batom, único luxo ao qual se permitia naquela correria, quando  deu por falta de seu celular, um Apple Geração 4 recém adquirido que custara-lhe todo o tão esperado bônus.

Esqueceu-se então de tudo, enlouqueceu. Era um grande prejuízo. Logo começou a imaginar o pior: Fora roubada! Sim, porque admitia perder tudo, mas aquele celular, isso era demais.

Iniciou-se uma busca desesperada de sala em sala. Em apelos emocionados, comunicava o roubo e suplicava aos alunos que a ajudassem. Não ofereceu recompensa, pois não possuía um centavo.

Foi assim, até que na última sala que visitava, ouviu o toque de seu celular. Todos em silêncio, olhavam uns para os outros. Maria Rita, com olhar ávido tentava localizar o malfeitor, quando escuta uma risadinha irônica de um aluno diz:

- Professora, o celular da senhora está tocando em seu bolso.

Crônica produzida na Oficina da II Formação Continuada do Ensino Médio.

EREM Cornélio Soares – Serra Talhada.

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