Maria Rita, sempre
distraída, estressada, era professora, chegava para sua terceira jornada do dia
à escola onde sempre trabalhava e cujos alunos conhecia bem.
Maria Rita também era
conhecida lá. Desatenta, estava sempre perguntando aos colegas sobre algo que
perdera – o livro, a bolsa, os óculos na cara...
Naquela noite, como de
costume, após cumprimentar os alunos na sala, foi ao banheiro retocar o batom,
único luxo ao qual se permitia naquela correria, quando deu por falta de seu celular, um Apple
Geração 4 recém adquirido que custara-lhe todo o tão esperado bônus.
Esqueceu-se então de
tudo, enlouqueceu. Era um grande prejuízo. Logo começou a imaginar o pior:
Fora roubada! Sim, porque admitia perder tudo, mas aquele celular, isso era
demais.
Iniciou-se uma busca
desesperada de sala em sala. Em apelos emocionados, comunicava o roubo e suplicava
aos alunos que a ajudassem. Não ofereceu recompensa, pois não possuía um
centavo.
Foi assim, até que na
última sala que visitava, ouviu o toque de seu celular. Todos em silêncio,
olhavam uns para os outros. Maria Rita, com olhar ávido tentava localizar o
malfeitor, quando escuta uma risadinha irônica de um aluno diz:
- Professora, o celular
da senhora está tocando em seu bolso.
Crônica
produzida na Oficina da II Formação Continuada do Ensino Médio.
EREM Cornélio
Soares – Serra Talhada.